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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fascite Plantar

  Fascite Plantar
Dando continuidade ao blog, vamos continuar abordando patologias do pé, um problema cada vez mais freqüente onde devido as AVDs, uma  área do nosso pé está sujeito constantemente a estresses seja traumáticos ou mecânicos. Vamos abordar casos de Fascite Plantar, sua etiologia, prognóstico, diagnóstico diferencial e tratamento dessa condição que afeta até 10% da população
  
CONCEITO:
A fascite plantar é um processo inflamatório da densa faixa de tecido conjuntivo plantar. (Andrews, Harrelson & Wilk, 2000).


ETIOLOGIA:
Embora uma série de fatores tenha sido proposta, a etiologia ainda é pouco entendida.
- OBESIDADE: A obesidade foi constatada em 40% dos homens e 90% das mulheres com fascite.  Índices de massa corporal superiores a 30kg/m² aumentam o risco de desenvolver dor plantar no calcanhar.
- OCUPACIONAL: Há associação entre fascite plantar com caminhar e ficar de pé por muito tempo (“calcanhar de policial”).
- BIOMECÂNICO:  Pessoas com arcos altos (pé cavo) ou baixos (pé plano) correm risco aumentado por causa do estresse repetitivo que esta sendo colocado sobre a fáscia. Da mesma forma o encurtamento adaptativo dos músculos da panturrilha e do tendão do calcâneo, movimento excessivo da parte posterior do pé (em especial a pronação excessiva) ou parte posterior rígida podem também colocar o paciente em risco de estressar a região.
"Estudos comprovaram que 78% dos pacientes com dor no calcanhar apresentavam limitações de pelo menos 5 graus na dorsiflexão. Kibler observou que 90% dos atletas de corridas portadores de fascite plantar, apresentaram deficiência dorsiflexora de 10 graus ou mais quando comparado com o lado não afetado.

A fraqueza dos músculos intrínsecos do pé também foi citada como causa.

Considerando a fáscia plantar ajuda no desenvolvimento da força de arranque durante a corrida e o salto, não é surpresa que a fascite plantar seja particularmente predominante em corredores, futebolistas e ginastas. 

 
" ... Devido ao aumento significativo da utilização do salto alto por mulheres e em decorrência
das alterações funcionais causados pelo uso do mesmo, torna-se imprescindível a verificação da
presença ou não do encurtamento do músculo tríceps sural, sabendo-se que a persistência dessa
situação poderá ressaltar patologias já existentes ou desencadear novas. (TRACKER, 2004)
... "








DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Muitos fatores podem gerar manifestações crônicas, com isso devemos excluir algumas outras patologias com sintomas parecidos e de acordo com minha prática clínica, um dos principais fatores que pode estar gerando essa “dor fascial”, pode ser a síndrome do túnel do tarso.
A dor no calcanhar foi recentemente observada envolvendo o nervo abdutor do dedo mínimo, o primeiro ramo do nervo plantar lateral. Em um quinto dos casos de dor inferior no calcanhar, pode ser causada pela compressão do nervo entre o músculo abdutor do dedo mínimo e o quadrado plantar. O sinal de Tinel sobre a região medial do calcanhar leva à suspeita dessa compressão nervosa.

SINAIS E SINTOMAS
- Dor e sensibilidade principalmente no início da manhã.
- Dor irradiada até a panturrilha
- Dor pulsante ou ardente em direção aos metatarsos.
- Dor calcânea que diminui durante o dia
- Dor a palpação na borda Antero-medial do calcâneo
- Rigidez no tendão do calcâneo

TRATAMENTO
  Tentando estimular a participação ativa dos colegas nesse blog, gostaria de "discutir" através dos comentarios a experiência clínica de cada um. Abordagem de casos clínicos, tratamento e critérios para alta.



Bibliografia:

- Riddle DL, Pulisic M: Risk factors for plantar fasciitis: A matched case-control study.

- DUTTON, Mark. Fisioterapia Ortopédica: exame, avaliação e intervenção  Tradução: Maria da Graça Figueiró e Paulo Machado. -  2º Ed. - Porto Alegre: Artmed - 2010 

18 comentários:

  1. Vamos lá... primeiramente parabenizar pelo blog, já que é meu primeiro comentário (um dia isso vai virar um aplicativo de Android... hehe)
    Pois bem, uma coisa muito discutida é o uso da termoterapia. Vemos ainda muitos médicos orientando pacientes a realizar crioterapia em momentos de dor, mas sabemos através de algumas literaturas que, apesar do nome indicar uma afecção aguda, nem sempre é o caso, portanto, a crioterapia torna-se questionável...
    Na minha (curta) experiência clínica, o uso de calor demonstra resultados, principalmente antes de um tratamento guiado pela terapia manual e cinesioterapia. Bom, por enquanto é só...

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  2. Bom, nunca atendi um paciente com Fascite Plantar mas através de estudos e práticas percebi que a crochetagem dá um respaldo muito bom no que diz respeito ao tto. Mas tenho uma dúvida, senti muito "coçeira" após a drenagem com o gancho minutos após, seria um sinal de fascite plantar ? visto que não sinto nenhum desconforto na região.
    Queria parabenizar o Dr. Felipe Feitosa pelo blog, um excelente espaço para discutirmos a respeito de algumas patologias que geral muitas dúvidas entre os profissionais.

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  3. Olá amigos, obrigado pelos comentarios e participação no blog, quanto a utilização de modalidades terapêuticas, muito se vê na literatura aplicação de crioterapia, inclusive ja li até mesmo sobre realizar uma fricção local com uma garrafa congelada, ou então um tubo, algo do tipo, mas na prática, tenho melhores resultados também com a utilização do calor. Como o Dr. raphael comentou anteriormente, apenas como pré-cinético para que possamos agir de forma mais direcionada com técnicas de terapia manual. Em relação a coceira, pouco sei sobre o assunto, mas afirmo que isso não é indicativo de fascite plantar, a melhores medidas avaliativas para tal diagnóstico.

    Alguém tem algum caso clínico de algum paciente para que possamos exemplificar melhor?

    Grande abraço a todos.

    grato pela participação.

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  4. felipe vou postar aqui o que escrevi pra vc no facebook e ver se podemos trocar uma ideia sobre isso

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  5. Muito bom esse post ! minha dor começou na parte abaixo do calcâneo , tratei com crochetagem , mas depois a dor foi pra parte interna do pé e agora ela se localiza perto daquele osso que começa o Halux . O meu fisioterapeuta nota um ponto ali bem crítico , nao estou usando gancho pois já fiz tanto que na verdade acho que piorou . Hj em dia ele trabalha mais com terapia manual e tá dando um certo resultado. Alguns pontos que ele coloca uma pressão que eu vejo estrelas na minha frente . Pior que o gancho , pelo menos eu não acordo mis com aquela dor e rigidez no pé .

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  6. Meu problema é bem complicado . Tenho o arco do pé normal , já fiz aquele teste que vc pisa com o pé molhado , ou manchado pra poder verificar como vc pisa e meu pé faz o arco direitinho. mas eu sinto uma leve pronaçao , mas não na parte do calcâneo e sim sinto pronar a parte interna do pé e por isso acho que tem uma sobrecarga alí .

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  7. Já fiz a baropodometria e o resultado deu uma leve pronaação no meu pé esquerdo , o mesmo pé que tenho a fascite plantar e o que eu sofri a entorse , já no meu direito deu que eu sou levemente supinado

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  8. E pra completar eu começo a correr om a parte da ponta do pé , e não com o calcanhar , com isso eu coloco mais pressão no pé . Eu corri na esteira lá da clínica e percebi que só começo a correr com o calcanhar quando estou correrndo usando a inclinação .

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  9. agora me responde . Eu sou normal ? não , nem um pouco .

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  10. Dr.felipe Espero que com isso eu possa tirar algumas duvidas e discutir aqui alguns fatos que eu acho que nunca vou entender . caso vc queira , eu posso resumir aqui todo o processo que envolveu minha entorse e todos os problemas crônicos que tenho hj em dia . tenho certeza que tenho assnto pra dar e vender . Esse meu pé ... o que fazer ? RS rsrsrsrs mais uma vez , muito bom seu blog !

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  11. Obrigado pelos comentarios Gustavo,como eu tinha lhe dito seria interessante começarmos a pensar então no que esta causando essa sua dor crônica, e suas compensações, quem sabe localizando o grande causador, não conseguimos desvendar o problema e sanando sua dor? Mesmo você descrevendo seu quadro é complicado lhe dar um parecer, mas creio que deva seguir o caminho que eu estou abordando aqui nessa postagem.

    Ja fez alguma avaliação postural, avaliação da sua marcha? ao invez de avaliar o pé apenas na estática (baropodometria)???

    Grande Abraço.

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  12. Oi Felipe! Mais uma vez parabéns pelo Blog! Eu não tenho pacientes com esta manifestação, porém possuo fascite plantar, mais pelo uso de sandálias rasteiras. E o nosso amigo de faculdade, estágio e trabalho Vitor Diogo, tem aplicado a crochetagem, não só em mim, mas em outros pacientes dele, e tem alcançado grandes resultados. Em mim, por exemplo, com 3 aplicações o quadro álgico cessou. Tem feito tbm a utilização de Kinesio e bandagem funcional, mas dentre as 3 técnicas a que tem surtido mais efeitos bebéficos é sem dúvida a crochetagem.
    Um abraço.

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  13. Olá Suzane, realmente rasteira não é o mais indicado, ja li em algum lugar sobre incidência de fascite plantar e o grupo de mulheres que apresentou menor incidência foram as que passavam maior parte dos dias com a sandália do tipo Anabela. Quanto a terapia com o gancho (crochetagem), creio que seja essêncial para o tratamento da fascite, uso bastante tbm e tenho excelentes resultados, porem não devemos atentar apenas nos sintomas, podemos usar técnicas de crochetagem e até mesmo a kinesiotaping para tentar solucionar e corrigir as causas, evitando assim reicidivas das lesões.

    Obs: Estou gostando da participação, vamos estender esse tópico de Fascite por mais alguns dias.

    Grande abraço a todos.

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  14. Oi Felipe ! Bom , quando disse sobre a crochetagem , eu na minha opinião de paciente , acho que essa tecnica é muito boa , eu mesmo tive bons resultados no início . Mas uma coisa é certa , aquele gancho não é qualquer um que sabe usar , eu posso dizer isso , pois com o meu novo fisioterapeuta eu estou tendo um resultado muito bom e sem usar o gancho . Acho que ele optou por me tratar sem o gancho pois eu já tinha usado muito gancho no pé e é fato que o gancho sendo feito de maneira errada a lesão pode piorar mais ainda .Estou errado ? e eu acho que foi isso que ocorreu , pois minha dor melhorou muito . Assim que parei de fazer o gancho eu praticamente estou sem dor . Meu fisioterapeuta apenas utiliza a mão e consegue achar exatamente o ponto onde sinto a dor . Acho que ele optou continuar pois viu que estava dando resultado e eu posso afirmar que está sim . Afinal de contas eu é que sinto a dor e sei quando estou melhor . Eu não sou contra a crochetagem , Quem sou eu pra dizer isso ? Na verdade eu adoro aquele gancho , mas cada pessoa é diferente da outra e talvez comigo a crochetagem não seja tão indicada , talvez por causa de tantas vezes que usei o gancho , eu realmente não sei . O que sei é que estou melhorando muito mas eu só vou poder dizer mesmo depois que eu estiver naquela esteira correndo . E assim espero , poder voltar a correr .

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  15. Gostaria de colocar a minha experiência sou coordenador do setor de baropodometria e tenho diversos casos de fasciite plantar, esporão neuromas e etc, oq ocorre é que em alguns casos durante a fisioterapia ocorre a melhora dos sintomas e as vezes até a eliminação por inteiro, mas muitos dos casos apresentam recidivas devido a má distribuição de carga ao caminhar ou correr inclusive na estrutura contra lateral a lesionada anterior, isto prova que o stress em devidas regiões na planta dos pés levam a lesão de algumas estruturas, se não houver um reequilíbrio desta distribuição de carga provavelmente os sintomas podem voltar, ja que o sist. nervoso central ja esta condicionado a receber o estímulo contínuo do modo de pisar inadequado por meses ou anos e se não houver um estímulo ou treinamento para tal essas lesões podem se tornar cronicas, mais uma excelente abordagem dr Felipe, novamente é o Marcos Gonçalves abs.

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  16. Marcos falou tudo, não adianta tratar apenas os sintomas, vamos focar na causa e evitar lesões reicidivas.


    Boa participação no tópico, aguarden possíveis publicações.

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  17. Boa noite Felipe , Marcos Gonçalves e todos do blog . Fiquei muito curioso com esta observação do Marcos . Vou postar aqui o resultado da minha baropodometria , mas eu gostaria de dizer uma coisa , Quem sou eu para criticar o trabalho de uma pessoa ? Após esse exame , uma palmilha foi feita com base no resultado . Eu fui fazer o exame achando uma coisa e sai de lá um pouco frustado ,pois recebi uma palmilha bem diferente . Impossível correr com aquela palmilha , era muito dura na parte do arco , só vendo pra acreditar . Enfim eu conversei com a fisioterapeuta que fez a palmilha sobre isso . Ela me pediu um tempo , eu usei durante quase 6 meses pra trabalhar todo dia e a única conclusão que cheguei foi que nada melhorou . Felipe , Eu levei lá na R9 um dia e todo mundo me perguntava como eu conseguia andar com aquilo , realmente é muito duro . Eu vou deixar lá um dia pra vc ver . Pode acreditar em mim , correr com a palmilha era algo impossível de imaginar . Bom agora vou colocar o resultado do exame .


    Sr. GUSTAVO HENRIQUE
    Realizada em 20 de ABRIL de 2011
    -Avaliação Baropodometria/ ESTÁTICA POSTURAL
    Avaliação sem correção
    Maior pico de pressão no antepé esquerdo- 627g/cm2
    Maior pico de pressão no antepé direito – 662g/cm2
    *DIFERENÇA DE PRESSÃO ENTRE AS REGIÕES ANTERIORES DO PÉ É SIGNIFICATIVA
    Maior pico de pressão no retropé pé esquerdo-807g/cm2
    Maior pico de pressão no retropé pé direito-773g/cm2
    *DIFERENÇA DE PRESSÃO ENTRE O RETROPÉ DIREITO E ESQUERDO DO PÉ É SIGNIFICATIVA
    *RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE PESO ENTRE RETROPÉ E ANTEPÉ ESTÁ ADEQUADA BILATERALMENTE.
    *RELAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE PESO LATERO LATERAL ADEQUADA.
    -COMPORTAMENTO DO GRÁFICO
    Gráfico DESVIO ANTERO POSTERIOR- TENDÊNCIA DE DESLOCAMENTO PARA REGIÃO ANTERIOR DO CORPO.
    Gráfico DESVIO LATERO LATERAL- TENDÊNCIA DE DESLOCAMENTO PARA LADO DIREITO
    -Avaliação Baropodometria/ DINÂMICA
    TraçadO ESQUERDO com pequena tendência a pronação. Traçado direito normal.
    Pico de pressão bilateral na altura da primeira falange distal bilateramente.
    Observação do examinador: Foi realizado um breve exame postural onde observei desnivelamento das cristas onde direita encontra-se levemente mais baixa e rodada anteriormente. Windlass test positivo para flexor longo do hálux direito. Pontos gatilhos latentes em tibial posterior bilateral.

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  18. Caro Gustavo nem sempre a correção é por palmilhamento, as vezes uma correção na sua postura pode alterar toda a mecânica da marcha e vice e versa, de acordo com o seu exame percebe-se um aumento de pressão no primeiro meta, é um pouco difícil avaliar apenas com estes dados pois com a imagem posso verificar melhor, oq percebi é um deslocamento na região anterior com isto com certeza ao correr senão apresentar uma distribuição no médio pé a tendência é aumentar esta pressão na região anterior é importante analisar se vc no gestual da corrida esta executando a mecânica correta entrando com o mediopé e depois o antepé para diminuir a carga no primeiro metatarso ao retirar o pé do solo, a palmilha no seu caso seria para distribuir um pouco mais de contato para região lateral e retropé pois permanecendo poderá apresentar calosidades , metatarsalgias ou pé rígido devido a proteção fisiológica outra coisa se o seu pé for cavo não é necessário colocar qualquer suporte no arco já que um arco acentuado apresenta contratura da musculatura plantar é necessário estimular os otg na planta dos seus pés que são responsáveis pelo aumento ou diminuição do tônus muscular, essa é a função da palmilha postural estimular pontos específicos para determinado problema. por isso o uso de 4 a 6 meses com adaptação na primeira semana de apenas 3 horas por dia no máximo para que o seu sistema nervoso central se adapte a esta nova distribuição e para que estruturas que não recebiam estímulos não entrem em fadiga por uso excessivo, espero ter ajudado e estou as ordens abs Marcos Gonçalves ( fisioterapeuta)

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